NĂsia lembrou que o serviço foi criado no primeiro mandato do atual presidente LuĂs InĂĄcio Lula da Silva e o classificou como um "serviço essencial para salvar vidas". Ela também saudou os trabalhadores.
"Parabéns aos profissionais de saĂșde e socorristas que ajudaram a escrever e seguem escrevendo a história do Samu, um serviço bĂĄsico para o respeito à vida e a universalização do cuidado!", acrescentou.O Samu foi instituĂdo por Lula por meio do Decreto 5.055, assinado em 27 de abril de 2004. Desde o inĂcio, ficou estipulado o nĂșmero de telefone 192 para receber os pedidos de atendimento. Atualmente, também é possĂvel requisitĂĄ-lo por meio do aplicativo Chamar 192. O custeio das operações é dividido entre municĂpio, estado e União.
A garantia da cobertura do Samu para 100% da população até o final de 2026 jĂĄ havia sido incluĂda como meta no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que envolve um conjunto de investimentos com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico do paĂs e a inclusão social. Coordenado pelo governo federal, ele engloba verbas da União e também recursos provenientes de parcerias com o setor privado, estados, municĂpios e organizações sociais.
No eixo saĂșde, foi previsto um aporte de R$ 31,5 bilhões até 2026. Além do ampliar a cobertura do Samu, estão previstas entregas de novas Unidades BĂĄsicas de SaĂșde (UBS), maternidades, policlĂnicas, centros de atenção psicossocial (Caps) e unidades odontológicas, entre outros equipamentos pĂșblicos.
De acordo com NĂsia, após 10 anos de congelamento, o custeio do Samu subiu 30% no ano passado. Ela também afirma que a frota foi renovada em diversos municĂpios. "Com a primeira etapa do PAC neste ano, serão 537 novas ambulâncias e 14 novas Centrais. Com essa etapa, vamos passar de 90% de cobertura", estimou.
O Samu costuma ser bem avaliado pela população. Em São Paulo, o atendimento é monitorado pelo Serviço de Avaliação de Qualidade (SAQ). Dados divulgados no site da prefeitura relativo a outubro de 2022 revelam que, naquele mĂȘs, houve mais de 400 ocorrĂȘncias e 93% delas foram avaliadas com notas de 8 a 10.
Um artigo publicado em 2018 por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) trouxe resultado similar em um levantamento com 212 usuĂĄrios de Natal acometidos por eventos traumĂĄticos: 94,2% manifestaram satisfação com o atendimento e com a estrutura.
Especialistas costumam apontar o serviço como um mérito do Sistema Ănico de SaĂșde (SUS), dando conta de um trabalho que dificilmente conseguiria ser implementado pelo setor privado com a mesma excelĂȘncia, abrangĂȘncia e agilidade.
Ainda assim, pesquisadores apontam alguns desafios. Em 2022, a Universidade de São Paulo (USP) publicou um estudo que apontou desigualdades na oferta do serviço em nĂvel nacional.
Conduzido pelas pesquisadoras Marisa Malvestio e Regina MĂĄrcia de Sousa, o estudo mapeou 1.820 municĂpios que ainda não tinham nenhum suporte e 1.938 que eram atendidos de forma regionalizada, ou seja, compartilhavam ambulâncias com diversas cidades vizinhas. Elas constataram também que veĂculos mais equipados, as chamadas UTIs móveis, estavam disponĂveis em poucos locais do Brasil.
"É preciso assentir que os desafios e o custo de salvar vidas em populações esparsas ou em território rural é maior e requer estratégias e polĂticas especĂficas e integradas", escreveram elas.
Um outro estudo conduzido na UFRN pelo pesquisador Mateus Estevam revelou, durante a pandemia de covid-19, um nĂvel crĂtico em Ăndices associados ao risco de adoecimento dos profissionais envolvidos no atendimento.
Foi realizado um levantamento com 169 trabalhadores, distribuĂdos em 16 estados brasileiros. Entre fatores que contribuiriam para a precarização do trabalho e consequentemente aumentariam a probabilidade de quadros de adoecimento, foram citados a falta de materiais e o nĂșmero insuficiente de ambulâncias.
Fonte: AgĂȘncia Brasil