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Autonomia do Banco Central Ă© aprovada pela Câmara

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (10) o projeto que prevĂȘ autonomia para o Banco Central. A matĂ©ria segue para sanção presidencial.

Por Redação Agência Brasil em 11/02/2021 às 08:44:59

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (10) o projeto que prevĂȘ autonomia para o Banco Central. A matéria segue para sanção presidencial.

O PLP 19/19 foi aprovado pelo Senado em novembro de 2020 e confere mandato de quatro anos para o presidente e diretores da autarquia federal. O texto estabelece que o Banco Central passa a se classificar como autarquia de natureza especial caracterizada pela "ausĂȘncia de vinculação a ministério, de tutela ou de subordinação hierĂĄrquica".

Para o relator do PLP, deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), a medida vai melhorar a nota do Brasil em relação aos investidores internacionais. O parlamentar reiterou que a proposta é discutida no Congresso hĂĄ 27 anos.

"[A matéria] vai dar ao Brasil um novo padrão de governança monetĂĄria, que vai dar um sinal muito importante ao mercado internacional, fazendo com que o Brasil possa melhorar a sua imagem internacional e, mais do que nunca, fazendo com que investidores possam analisar o Brasil como uma janela de oportunidades", afirmou o relator.

Proposta

De acordo com o texto, o presidente indicarĂĄ os nomes, que serão sabatinados pelo Senado e, caso aprovados, assumirão os postos. Os indicados, em caso de aprovação pelo Senado, assumirão no primeiro dia Ăștil do terceiro ano do mandato do presidente da RepĂșblica.

O projeto estabelece mandatos do presidente e diretores de vigĂȘncia não coincidente com o mandato de presidente da RepĂșblica. Diretores e o próprio presidente da autarquia, que terĂĄ natureza especial e desvinculada de qualquer ministério, não poderão ser responsabilizados pelos atos realizados no exercĂ­cio de suas atribuições se eles forem de boa-fé e não tiverem dolo ou fraude. Essa regra também se aplica aos servidores e ex-servidores das carreiras do banco e aos ex-ocupantes dos cargos da diretoria.

O texto prevĂȘ ainda que o presidente do BC deve apresentar a cada semestre ao Senado relatórios de inflação e de estabilidade financeira, explicando as decisões tomadas.

O projeto estabelece ainda uma quarentena de seis meses para os membros da diretoria colegiada que deixarem o Banco Central. No perĂ­odo, eles não poderão ocupar cargos no sistema financeiro, mas continuarão recebendo salĂĄrio do BC. Enquanto estiverem no cargo, o presidente e os diretores, e seus parentes, não poderão ter participação acionĂĄria em instituição do sistema financeiro.

DivergĂȘncia

ContrĂĄrios a matéria, parlamentares de siglas da oposição avaliaram que a proposta não vai blindar a autarquia de pressões polĂ­tico-partidĂĄrias.

"Em hipótese alguma, serĂĄ o Estado o gestor de um Banco Central com mandato, sem ambiente de pressão polĂ­tica. Porque o presidente da RepĂșblica quando indica um Banco Central para gerir a polĂ­tica monetĂĄria estĂĄ exposta a pressão polĂ­tica. Para as agĂȘncias, quando não protegem os interesses dos consumidores e, sim, dos prestadores de serviço, o conceito é captura. Nó teremos um Banco Central capturado, imaginem, pelos banqueiros, pelos da bufunfa e o povo brasileiro serĂĄ preterido. Vai aumentar a pobreza e a miséria. Esta que é a realidade", argumentou o deputado Afonso Florence (PT-BA).


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Fonte: AgĂȘncia Brasil

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