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Loja diz que retirou artesanato de negros escravizados; aeroporto afirma que deu a recomendação

A loja Hangar das Artes pediu desculpas a todos "a todos que se sentiram feridos e menosprezados pela maneira como conduzimos às coisas"

Por André Uzêda em 07/02/2022 às 19:26:39
Reprodução

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A loja Hangar das Artes, localizada no aeroporto de Salvador, emitiu nota nesta segunda-feira (7) sobre a venda de souvenir de negros escravizados. O assunto veio a público após um turista carioca publicar a foto da prateleira do estabelecimento com as peças. Vovô, fundador do bloco Ilê Aiyê, criticou a venda e ativistas do Movimento Negro prometeram levar o caso à Justiça.

Na nota, a direção da loja diz que pede desculpas "a todos que se sentiram feridos e menosprezados pela maneira como conduzimos às coisas. Nossa intenção JAMAIS foi menosprezar, ferir ou destituir da imagem de uma entidade tão importante e a potência de sua história. Nossas correntes foram quebradas! E não queremos de maneira alguma trazer de volta memórias desse passado tenebroso e vergonhoso".

Em outro trecho, afirma que "erramos na forma em que as peças foram expostas e em descrevê-los apenas como escravos, apagando, de certa forma, a história que carrega".

A direção também disse que retirou todas as peças de circulação. "Sabemos que não se apaga o que foi feito, mas reconhecemos a nossa falha e não tornaremos a repeti-la, não só pela repercussão que houve e sim por não condizer com a nossa verdade".

Embora a Hangar das Artes tenha dito que retirou todas as peças de circulação, a empresa Vinci, que administra o aeroporto de Salvador, informou que a ordem partiu dela.

"Após tomar conhecimento da comercialização de peças que remetem à desonrosa atividade da escravidão no Brasil em um dos estabelecimentos dentro de suas dependências, o Aeroporto de Salvador recomendou a retirada desses produtos do estoque da loja. Apesar de não determinar a curadoria dos produtos vendidos por cada subconcessionário, a administração entendeu que era fundamental se posicionar nesse caso. A Concessionária trabalha para construir uma comunidade antirracista e reafirma o seu compromisso com a diversidade e valorização da cultura afro.", disse, em nota.

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Fonte: Metrô 1

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