A estimativa foi feita por pesquisadores da França e do CanadĂĄ em um estudo que reĂșne dados coletados com diferentes metodologias, e teve as conclusões publicadas com ressalvas neste ano no periódico cientĂfico Biomedicine & Pharmacotherapy.
Os cientistas estimaram ainda que o uso do medicamento pode ser associado a um aumento de 11% na taxa de mortalidade de pacientes hospitalizados.Os autores afirmam que, apesar das limitações do estudo e de suas imprecisões, ele ilustra o perigo de, no manejo de futuras emergĂȘncias, mudar a recomendação de um medicamento com base em evidĂȘncias fracas. O nĂșmero de mortes estimado, de 16.990, pode estar tanto sub como superestimado, mas certamente seria muito maior se houvesse dados disponĂveis para mais paĂses, ponderam.
"Esse estudo ilustra as limitações de extrapolar tratamentos de condições crônicas para condições agudas sem dados precisos, e a necessidade de produzir rapidamente evidĂȘncia de alto nĂvel em testes clĂnicos randomizados para doenças emergentes", diz o artigo.
Originalmente, a hidroxicloroquina é indicada para o tratamento de doenças como malĂĄria, lĂșpus e artrite, mas, durante a pandemia de covid-19, seu uso foi defendido por autoridades polĂticas, como ex-presidente Jair Bolsonaro, mesmo depois de evidĂȘncias cientĂficas mostrarem ineficĂĄcia e riscos.
JĂĄ nos primeiros meses da pandemia, a Organização Mundial da SaĂșde suspendeu os testes para tratamento da covid-19 com a hidroxicloroquina, para preservar a segurança dos pacientes e por reconhecer sua ineficĂĄcia.
O estudo publicado neste ano pelos pesquisadores franceses e canadenses reforça que o uso prolongado do medicamento aumenta o risco de problemas cardiovasculares. Os pesquisadores ainda citam um estudo de colegas brasileiros que relaciona a hidroxicloroquina a efeitos colaterais no coração e no fĂgado.
Fonte: AgĂȘncia Brasil