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Estudo estima 17 mil mortes em seis paĂ­ses por tratamento de covid-19 com cloroquina

O uso, sem previsão na bula (off label), de hidroxicloroquina para tratar pacientes hospitalizados com covid-19 na primeira onda da pandemia pode estar relacionado a cerca de 17 mil mortes em seis paĂ­ses: BĂ©lgica, França, ItĂĄlia, Espanha, Estados Unidos e Turquia.

Por Redação Agência Brasil em 11/01/2024 às 17:02:06

O uso, sem previsão na bula (off label), de hidroxicloroquina para tratar pacientes hospitalizados com covid-19 na primeira onda da pandemia pode estar relacionado a cerca de 17 mil mortes em seis paĂ­ses: Bélgica, França, ItĂĄlia, Espanha, Estados Unidos e Turquia. A maior parte das mortes estimadas, cerca de 7,5 mil, foi nos Estados Unidos.

A estimativa foi feita por pesquisadores da França e do CanadĂĄ em um estudo que reĂșne dados coletados com diferentes metodologias, e teve as conclusões publicadas com ressalvas neste ano no periódico cientĂ­fico Biomedicine & Pharmacotherapy.

Os cientistas estimaram ainda que o uso do medicamento pode ser associado a um aumento de 11% na taxa de mortalidade de pacientes hospitalizados.

Limitações

Os autores afirmam que, apesar das limitações do estudo e de suas imprecisões, ele ilustra o perigo de, no manejo de futuras emergĂȘncias, mudar a recomendação de um medicamento com base em evidĂȘncias fracas. O nĂșmero de mortes estimado, de 16.990, pode estar tanto sub como superestimado, mas certamente seria muito maior se houvesse dados disponĂ­veis para mais paĂ­ses, ponderam.

"Esse estudo ilustra as limitações de extrapolar tratamentos de condições crônicas para condições agudas sem dados precisos, e a necessidade de produzir rapidamente evidĂȘncia de alto nĂ­vel em testes clĂ­nicos randomizados para doenças emergentes", diz o artigo.

Originalmente, a hidroxicloroquina é indicada para o tratamento de doenças como malĂĄria, lĂșpus e artrite, mas, durante a pandemia de covid-19, seu uso foi defendido por autoridades polĂ­ticas, como ex-presidente Jair Bolsonaro, mesmo depois de evidĂȘncias cientĂ­ficas mostrarem ineficĂĄcia e riscos.

JĂĄ nos primeiros meses da pandemia, a Organização Mundial da SaĂșde suspendeu os testes para tratamento da covid-19 com a hidroxicloroquina, para preservar a segurança dos pacientes e por reconhecer sua ineficĂĄcia.

O estudo publicado neste ano pelos pesquisadores franceses e canadenses reforça que o uso prolongado do medicamento aumenta o risco de problemas cardiovasculares. Os pesquisadores ainda citam um estudo de colegas brasileiros que relaciona a hidroxicloroquina a efeitos colaterais no coração e no fĂ­gado.


Fonte: AgĂȘncia Brasil

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