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Maioria quer que vacina para Covid seja obrigatória, mostra Datafolha

Mais de 70% da população de quatro grandes capitais do paĂ­s se declara favorĂĄvel à obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19 uma vez que um imunizante seguro e eficaz esteja disponĂ­vel, mostra pesquisa do Datafolha em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife

Por SERGIO RIOS em 12/10/2020 às 13:38:46

Mais de 70% da população de quatro grandes capitais do paĂ­s se declara favorĂĄvel à obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19 uma vez que um imunizante seguro e eficaz esteja disponĂ­vel, mostra pesquisa do Datafolha em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife.

Nessas cidades, ao menos 75% dos entrevistados afirmaram que pretendem se vacinar tão logo seja possĂ­vel.
O apoio à vacinação e à obrigatoriedade é majoritĂĄrio em todos os estratos identificados pela pesquisa, que ouviu 1.092 eleitores a partir de 16 anos na capital paulista, 900 na fluminense, 800 na mineira e 800 na pernambucana nos dias 5 e 6 de outubro. A margem de erro é de trĂȘs pontos percentuais em todos os casos.

O Ă­ndice mais alto daqueles que declaram pretender se vacinar foi registrado em Belo Horizonte, onde 81% dos entrevistados manifestaram a intenção, patamar similar o do Rio (80%) e de São Paulo (79%) e superior ao do Recife (75%). Os que afirmam que não vão se vacinar oscilam de 15% a 20% conforme a cidade.

JĂĄ a obrigatoriedade encontrou maior apoio dos cariocas (77%) e dos belo-horizontinos (76%), e aderĂȘncia pouco menor entre recifenses (73%) e paulistanos (72%) –com estes Ășltimos, a rejeição à obrigatoriedade bate em 27%.
Esta é a primeira vez que o Datafolha aborda a questão, levantada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 31 de agosto quando uma simpatizante o interpelou com crĂ­ticas ao imunizante e ele respondeu que "ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina", mensagem reforçada depois por seu governo.

Lei sancionada em fevereiro, contudo, prevĂȘ a possibilidade de vacinação compulsória.

Em pesquisa nacional Datafolha feita por telefone nos dias 11 e 12 de agosto com 2.065 brasileiros em todas as regiões e margem de erro de dois pontos percentuais, 89% afirmaram que pretendiam se vacinar contra a Covid-19 quando houvesse imunizante disponĂ­vel, e apenas 9% recusavam uma eventual vacina. Embora sirvam de referĂȘncia, os dados não podem ser comparados diretamente por terem amostragens distintas.

Ainda sem haver remédio que possa curar a Covid-19, a vacina é vista como Ășnica solução para estancar uma pandemia que jĂĄ matou 1,07 milhão de pessoas no mundo, segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins (EUA), e mais de 150 mil no Brasil, além de ter infectado ao menos 36,8 milhões de pessoas no planeta desde que foi identificada, em dezembro –o nĂșmero é considerado subestimado, dada a insuficiĂȘncia de testes.

No entanto, nenhum imunizante contra a Covid estĂĄ disponĂ­vel para a população. Até o inĂ­cio deste mĂȘs, dez candidatas a vacina no mundo estavam na terceira e Ășltima fase de testes clĂ­nicos, com dezenas de outras nas fases 1 e 2.

As previsões mais otimistas são de que as campanhas possam começar, com grupos de risco, em dezembro. Mas a vacinação de populações inteiras pode levar mais alguns meses.

No Brasil, as vacinas mais próximas do uso em massa são a CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac e testada em consórcio com o Instituto Butantan, em São Paulo, e a vacina de Oxford, criada pela farmacĂȘutica AstraZeneca com a universidade britânica a qual lhe empresta o nome e que no Brasil tem como parceira a Fiocruz.

Apesar do apoio maciço manifestados pelos eleitores das quatro capitais brasileiras à vacinação, hĂĄ nuances.
No Rio e em São Paulo, por exemplo, a intenção de se vacinar é mais alta entre os homens (82% e 81%, respectivamente, ante 77% e 71% entre as mulheres), enquanto em Belo Horizonte são elas que mostram mais interesse (83%, ante 80%). Todos esses resultados, porém, ficam dentro da margem de erro, alargada quando se observa um estrato especĂ­fico.

Aqueles com renda familiar acima de 10 salĂĄrios mĂ­nimos mostram menos predisposição para a vacina do que os que tĂȘm renda de até 2 salĂĄrios em Belo Horizonte, Recife e São Paulo, onde as diferenças entre os dois grupos são, respectivamente, de 8, 11 e 11 pontos (todas na margem de erro). No Rio, entretanto, os mais ricos são os que mais aguardam a vacina: 90%, ante 77% dos mais pobres.

JĂĄ a escolaridade parece ter peso apenas em São Paulo e Rio, em sentidos inversos: a adesão à vacina é maior entre os que tĂȘm curso superior por margem de 8 pontos sobre os que tĂȘm só o ensino fundamental no Rio, e menor por margem de 6 pontos em São Paulo (desta vez, fora da margem de erro no primeiro caso e no limite no segundo).

Ironicamente, os mais novos, que tĂȘm de 16 a 24 anos, se mostram mais dispostos a se vacinar do que aqueles com mais de 60 anos –justamente a faixa mais afetada pela Covid-19– por diferenças que vão de 6 pontos (no Rio e em BH, dentro da margem de erro) a 15 (em Recife; em São Paulo o salto é de 10 pontos, ambos fora da margem).


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Fonte: Banda B

Tags:   Saúde
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