"O Programa Pé-de-Meia é essencial para a melhoria da aprendizagem e a evolução nos resultados educacionais. De acordo com dados do Censo da Educação BĂĄsica de 2022, a taxa de evasão entre estudantes das redes pĂșblicas era de 6,4%, e espera-se que, com a implementação do programa, essa taxa seja significativamente reduzida, garantindo que mais jovens permaneçam na escola. Além disso, a vinculação dos incentivos financeiros à frequĂȘncia e à conclusão escolar possui um grande potencial de melhora do desempenho escolar, na medida em que estudos apontam que a permanĂȘncia estudantil estĂĄ associada a melhores resultados educacionais", diz um trecho do ofĂcio.
Em sessão na quarta-feira (22), o plenĂĄrio do TCU manteve, por unanimidade, uma decisão cautelar do ministro Augusto Nardes que suspende a execução de R$ 6 bilhões do programa. A medida foi tomada a partir de uma ação proposta pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, do Ministério PĂșblico junto ao TCU (MPTCU), que alegou que os valores utilizados para o crédito do programa estavam fora do Orçamento.O Pé-de-Meia paga uma mesada de R$ 200 por aluno durante o ano letivo e mais uma poupança anual de R$ 1 mil para quem for aprovado, mas que só podem ser sacada após a conclusão do ensino médio. HĂĄ também apoio financeiro para a matrĂcula e para incentivar o aluno a realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ao todo, cada aluno pode receber até R$ 9,2 mil ao final dos trĂȘs anos desta etapa de ensino. O financiamento do programa vem ocorrendo com recursos de diferentes fundos de direito privado alimentados por recursos pĂșblico da União, sob gestão da Caixa Econômica Federal.
"O bloqueio dos recursos pode comprometer a continuidade do programa e, consequentemente, comprometer os avanços jĂĄ conquistados e os impactos potenciais. A interrupção do pagamento do benefĂcio pode levar ao aumento da evasão escolar, ao comprometimento do desempenho acadĂȘmico e à exclusão de milhares de jovens do sistema educacional", destacam os parlamentares na carta ao TCU. O ofĂcio pede ao tribunal que reconsidere a decisão de bloqueio dos recursos e avalie a viabilidade de uma solução para o impasse, conciliando "os princĂpios da eficiĂȘncia na gestão pĂșblica com as necessidades urgentes" da educação brasileira.
Apesar do bloqueio, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assegurou nesta quinta-feira (23) que o programa Pé-de-Meia não serĂĄ interrompido. Segundo ele, o pacote de corte de gastos aprovado no fim do ano passado estabelece medidas que colocam o programa no Orçamento da União, apesar de a Advocacia-Geral da União (AGU) ter manifestado preocupações, em recurso apresentado ao TCU para impedir a suspensão dos repasses mantida pelo tribunal.
Fonte: EBC