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Zika: sequestro de gene após infecção causa microcefalia, diz estudo

Estudo conduzido pela Universidade da Califórnia e publicado no periódico mBio indica que o vĂ­rus Zika sequestra uma proteĂ­na humana chamada ANKLE2, de suma importância para o desenvolvimento cerebral, para seu próprio benefĂ­cio.

Por Redação Agência Brasil em 14/01/2025 às 20:31:54

Estudo conduzido pela Universidade da Califórnia e publicado no periódico mBio indica que o vĂ­rus Zika sequestra uma proteĂ­na humana chamada ANKLE2, de suma importância para o desenvolvimento cerebral, para seu próprio benefĂ­cio. Por esse motivo, em casos de infecção em gestantes, como o Zika é capaz de atravessar a placenta, ele acaba por provocar casos de microcefalia, condição em que o cérebro do bebĂȘ se forma de um tamanho menor que o esperado.

"É uma situação em que o Zika estĂĄ no lugar errado no momento errado", destacou a professora do Departamento de Microbiologia, Genética Molecular e Engenharia QuĂ­mica da universidade e principal autora do estudo, Priya Shah. O trabalho demonstra que vĂ­rus próximos ao Zika, como o da dengue e o da febre amarela, também sequestram a proteĂ­na ANKLE2 para o mesmo propósito. Para os pesquisadores, a descoberta pode abrir caminho para o desenvolvimento de vacinas e outros tipos de tratamento contra os chamados arbovĂ­rus.

SĂ­ndrome

De acordo com o Ministério da SaĂșde, a sĂ­ndrome congĂȘnita do zika compreende um conjunto de anomalias congĂȘnitas que podem incluir alterações visuais, auditivas e neuropsicomotoras que ocorrem em embriões ou fetos expostos à infecção durante a gestação. Tais alterações podem variar quanto à severidade, sendo que, quanto mais cedo a infecção ocorre na gestação, mais graves tendem a ser esses sinais e sintomas.

A principal forma de transmissão da infecção em mulheres grĂĄvidas é pela picada da fĂȘmea do mosquito Aedes aegypti, mas a transmissão também pode ocorrer por meio de relação sexual com indivĂ­duos infectados ou de transfusão sanguĂ­nea, sendo que a Ășltima, segundo a pasta, apresenta baixo risco devido à triagem de doadores e testes hematológicos.

A sĂ­ndrome foi descoberta em 2015, devido à alteração do padrão de ocorrĂȘncia de microcefalia em nascidos vivos no Brasil. À época, o evento foi considerado uma emergĂȘncia em saĂșde pĂșblica de importância nacional e, posteriormente, internacional. Algum tempo depois, constatou-se que os casos de microcefalia, que também cursavam com outras anomalias cerebrais e alterações neurológicas, estavam associados à infecção pelo vĂ­rus Zika no perĂ­odo gestacional.



Fonte: AgĂȘncia Brasil

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