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Testes confirmam que ameba Naegleria fowleri causou morte de criança no CearĂĄ

Testes laboratoriais confirmaram que o bebĂȘ que morreu por meningoencefalite no CearĂĄ foi infectado pela ameba Naegleria fowleri.

Por Redação Agência Brasil em 11/12/2024 às 23:32:51

Testes laboratoriais confirmaram que o bebĂȘ que morreu por meningoencefalite no CearĂĄ foi infectado pela ameba Naegleria fowleri. O parasita tem o apelido de "ameba comedora de cérebro" porque entra no corpo humano a partir das narinas e migra diretamente para o cérebro, através do nervo olfatório, causando danos graves.

A criança de 1 ano e 3 meses morava em um assentamento rural, na cidade de Caucaia, região metropolitana de Fortaleza. Ela morreu em setembro, uma semana após começar a apresentar um quadro de febre, irritação e vômito, que rapidamente evoluiu para sintomas neurológicos. Exames de necrópsia confirmaram a presença do parasita.

A conclusão da Secretaria Estadual de SaĂșde do CearĂĄ é que a criança foi infectada pela ĂĄgua do açude que abastece o assentamento onde a famĂ­lia vive. "Ao saber que a criança nunca tinha se banhado no açude, a primeira hipótese é de que ela adquiriu a ameba no banho doméstico, na própria casa. Foi feita uma investigação e nós identificamos que a ĂĄgua que abastecia a casa vinha do açude, passava por um tratamento, mas não era adequado", explicou o secretĂĄrio executivo de Vigilância em SaĂșde do CearĂĄ, Antônio Lima Neto.

O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em SaĂșde do estado então fez testes na ĂĄgua armazenada na cisterna da casa e confirmou a presença do parasita. Depois disso, recomendou a desinfecção do reservatório. "Fizeram também uma anĂĄlise retrospectiva em busca de outros casos semelhantes na ĂĄrea, mas não encontraram", complementou o secretĂĄrio executivo.

Este é o primeiro caso confirmado por exames no Brasil, mas hĂĄ relato de um outro paciente que também teria morrido de meningoencefalite amebiana em São Paulo, em 1975. Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, onde cerca de 160 casos foram reportados desde a década de 1960, apontam uma mortalidade de quase 98%.

Esse tipo de ameba é extremamente raro e vive livre em rios e lagos, sem depender de hospedeiros e se adaptando melhor em ĂĄguas quentes. Ela não é transmitida pela ingestão de ĂĄgua contaminada, nem entre pessoas, apenas por via nasal, principalmente durante o mergulho em locais contaminados. O diagnóstico é dificultado pelo fato de os sintomas serem bastante semelhantes aos de uma meningite bacteriana e ainda não hĂĄ um tratamento especĂ­fico contra a infecção pela ameba.

*Colaborou Gabriel CorrĂȘa, repórter do Radiojornalismo.




Fonte: AgĂȘncia Brasil

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